domingo, 19 de março de 2017

Lucas 15, Filho e Pai e casa



Todos nós já ouvimos e lemos, vezes sem conta, que o filho pródigo, quando se percebeu da sua miséria voltou para casa.
Quantas e quantas vezes não nos foi dito isto, com a melhor das intenções, não dúvido, apenas com o intuito de voltarmos a congregar no formato institucional. Mas eu pergunto.... o filho pródigo voltou mesmo para casa?

É que não me parece que tenha sido isso que aconteceu....

Vamos ver a primeira parte do verso 18 de Lucas 15


"Eu me porei a caminho e voltarei para meu PAI".

Quando dizemos que ele voltou para casa, estamos a tirar o foco do PAI e a colocá-lo na casa. Mas parece-me que o filho poderia estar com o PAI em qualquer lado. Fosse em casa, na rua, na vinha ou no campo a trabalhar. Era do Pai que ele tinha falta. Não de paredes ou de coisas.


Na segunda parte do verso 18 e verso 19, percebemos que inclusivamente ele estava disposto a deixar de ser filho, para poder estar com o PAI.


"Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado
teu filho; trata-me como um dos teus empregados”.

O que ardia no seu interior não eram a roupa, o anel, ou as festas da casa do pai. O que ardia era o seu relacionamento com o Pai. Ainda que tivesse de ser um relacionamento de empregado para patrão, era melhor que nada. O desejo do filho pródigo não era voltar para casa, era voltar para o Pai.


"A seguir, levantou-se e foi para seu pai." (v20)

Não foi a distância que causou o pecado, foi o pecado que causou a distância.
O filho podia tratar da distância, mas apenas o PAI podia tratar do perdão.


E ELE O FEZ


Com um beijo, um anel, com roupa, um sacrifício e uma festa.... e que grande festa.

Se pensarmos que quem estava em casa era uma bela peça, então percebemos que ficar em casa não significa nada em si mesmo.
Especialmente quando não há relacionamento com o Pai. Que era o caso do filho, que ficou... na casa...
Essa falta de relacionamento com o Pai, chega ao ponto de impedir de reconhecer o irmão que voltou aos braços do Pai. Este irmão caseiro preocupava-se com as coisas do Pai, com o ter ou não um sacrifício e uma festa só para ele e para os que ele reconhecia como merecedores das dádivas do Pai. Este irmão caseiro infelizmente não era capaz de reconhecer uma festa, se acordasse no meio dela, sem os seus amigos. Cheia de pródigos.


Então, corramos para os braços do Pai, vamos beijá-Lo, abraça-Lo, e festejar à grande com todos os outros filhos pródigos.



Porque o sacrifício já foi feito, foi-nos dada uma nova roupa, uma nova aliança e amor INCONDICIONAL do PAI.

Feliz dia do pai
Paulo Anselmo

quinta-feira, 9 de março de 2017

1782: O Massacre na Aldeia de índios Moravianos

#1

À 235 anos atrás, 96 Índios Moravianos em Delaware foram massacrados.


Hoje, 8 de Março de 2017, marca o 235º aniversário do massacre de Gnadenhutten dos índios Moravianos de Delaware. Foi neste dia, há 235 anos, que 96 índios cristãos foram massacrados na pequena vila índia moráviana de Gavin, no Ohio, em Delaware. Os restos desses 96 indianos cristãos ficaram espalhados aos animais da floresta e ao clima por mais de 15 anos antes de serem recolhidos e empilhados numa vala comum apelidada de "túmulo para os mártires índios cristãos".

Foi no ano de 1782. Neste amargo dia de frio em Março, um grupo de cerca de 100 índios Moravianos em Delaware estavam a trabalhar nos campos, recolhendo o milho que foram forçados a abandonar durante a colheita do ano anterior.

Fora do bosque e através da neve veio um grande grupo de soldados milicianos, coloniais, a cavalo. Enquanto os índios assustados os observavam aproximar-se, o líder dos milicianos fez um gesto amigável de saudação.

Depois de trocar saudações pacíficas, os milicianos disseram aos índios moravianos de Delaware que eles foram enviados para protege-los das tropas britânicas que se aproximavam e os acompanhariam até perto de Fort Pitt. Convencidos de que suas intenções eram honrosas, os índios cumpriram o pedido de entregar suas armas.

Assim que as armas foram reunidas, a traição foi revelada. Num movimento surpresa, os milicianos voltaram suas armas para os moravianos convertidos do Delaware e informaram-lhes que iriam ser mortos. O grupo assustado, suplicou pelas suas vidas, mas a sede de morte foi forte. Seu pedido foi negado. Quando os índios viram que não havia esperança de misericórdia, pediram tempo para orar e preparar-se para a morte. Eles receberam uma suspensão da execução apenas durante uma noite, e não mais.

Os índios moravianos, condenados, passaram a noite orando e cantando hinos, pedindo perdão a Deus pelos seus próprios pecados e pelos pecados dos homens que em breve tirariam suas vidas. Eles se consolavam e oraram pela força para aceitar seu destino com coragem com o conhecimento de que logo estariam com Jesus, no Céu.

Não querendo desperdiçar valiosas munições, os índios moravianos foram impiedosamente mortos pelas mesmas pessoas, que até hoje eram seus aliados.

Os índios cristãos não resistiram. Eles não lutavam. Eles oraram.

Eu sou compelido falar a esta matéria pois o meu avô, cristão,  Moses Stonefish, dedicou o monumento que está no parque histórico de Gnadenhutten, erigido como um memorial em 1872, e é minha família enterrada nessa tumba.

Gerard F. Heath • 8 de março de 2017
tradução Paulo Anselmo


#1 -Esta litografia de 1855 mostra o massacre de Gnadenhutten , dos índios de Moravianos de  Delaware. fonte: volume Colecções Históricas do Grande Oeste de 1855.